Autor do mês
O autor no mês na biblioteca escolar de Loureiro é Alice Vieira.
O autor do mês na biblioteca escolar de Pinheiro de Bemposta é João Aguiar.
ALICE VIEIRA
Nasci no dia 20 de Março de 1943 numa rua de Lisboa chamada Almirante Reis, mas saí de lá com 15 dias de idade… A casa onde eu nasci foi deitada abaixo e é hoje uma enorme garagem.
Vivi em muitas ruas diferentes, em muitas casas diferentes, mas sempre em Lisboa, que é a cidade mais bonita do mundo.
Desde cedo que os meus brinquedos foram os lápis, as borrachas, os livros. Aprendi a ler e a escrever sozinha, era muito pequena. E os meus amigos eram as personagens que eu descobria nos livros que lia. Vivi em casas grandes, com grandes corredores escuros que rangiam pela noite dentro, e me faziam muito medo, e sem crianças da minha idade com quem brincar.
Depois cresci e entrei para o Liceu Filipa de Lencastre, onde estudei do 1.º ao 7.º ano (então era assim que se dizia quando queríamos falar do que é hoje o 5.º e o 12.º ano). Gostava de português, mas gostava mais de inglês, de francês e de história. A matemática deu-me muitas dores de cabeça, confesso.
Desde pequena que sempre disse “quando for grande quero ser jornalista” – e fui. Comecei cedo a escrever em jornais: Diário de Lisboa, Diário Popular, Diário de Notícias.
Paralelamente fiz o curso de Filologia Germânica (que hoje se chama Línguas e Literaturas Modernas, variante Inglês e Alemão) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas nunca fui professora: o jornalismo tomou sempre o meu tempo todo.
Casei (com um jornalista), tive dois filhos.
Quando os meus filhos eram pequenos, pediram-me um dia que escrevesse uma história para eles: e assim nasceu, em 1979, a Rosa, Minha Irmã Rosa que, nesse ano, teve o Prémio de Literatura Juvenil do Ano Internacional da Criança. A partir daí não tive um minuto de sossego, com o jornal todos os dias (trabalhava então no Diário de Notícias), e as constantes idas a escolas e bibliotecas, e os livros para escrever. Até que em 1990 tive de optar: e então optei pela literatura. Não me desliguei do jornalismo (quem é jornalista por paixão é jornalista sempre), mas agora já não vou todos os dias ao jornal.
Trabalho agora para o Jornal de Notícias e para as revistas Tempos Livres, Activa (onde a minha filha é jornalista também), e Audácia. E continuo a escrever livros e a ir a escolas. Vou muitas vezes ao estrangeiro – sobretudo à Alemanha, Espanha, França e Suiça – porque os meus livros estão traduzidos em várias línguas, e as escolas desses países também me convidam. Também vou muito a Inglaterra, mas é porque o meu filho (professor de matemática) e os meus três netos vivem aí…
Já publiquei cerca de 40 livros. A maior parte deles são dirigidos a jovens – mas também tenho uma coleção para os mais pequenos de histórias tradicionais portuguesas. No entanto, o que eu gosto mais de escrever é romance. Como, por exemplo, Os Olhos de Ana Marta, Caderno de Agosto, A Lua Não Está à Venda, Se Perguntarem Por Mim Digam Que Voei, Um Fio de Fumo nos Confins do Mar, etc. Neste momento estou a tentar escrever um romance para os mais novos, baseado nas histórias que a minha neta Adriana inventa para mim.
JOAO AGUIAR
João Casimiro de Aguiar nasceu em Lisboa a 28 de outubro de 1943 e faleceu a 3 de junho de 2010, tendo passado grande parte da sua infância na Beira, Moçambique. Conhecido profissionalmente como João Aguiar, foi um jornalista e escritor português.
Licenciou-se em Jornalismo pela Universidade Livre de Bruxelas, tendo trabalhado nos centros de turismo de Portugal em Bruxelas e Amesterdão. Regressou a Portugal em 1976, para se dedicar numa primeira fase ao jornalismo. Trabalhou para a RTP (onde iniciou a sua carreira em 1963) e para diversos diários e semanários como: Diário de Notícias, A Luta, Diário Popular, O País e Sábado. Em 1981, foi nomeado assessor de imprensa do então Ministro da Qualidade de Vida. Colaborou regularmente na revista mensal Superinteressante, sendo membro do seu Conselho Consultivo. Foi ainda colaborador da revista TempoLivre. Iniciou a sua carreira literária em 1984, com a publicação de um dos seus romances mais emblemáticos: A Voz dos Deuses.
Publicou ao todo quinze romances, dois livros de contos, uma obra de não ficção (Lapedo-Uma Criança no Vale) e três séries juvenis: O Bando dos Quatro, Pedro & Companhia e Sebastião e Os Mundos Secretos.